sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Compra consciente. Em vão.

Cheguei toda pimpona ao caixa do Oliveirão, no Alto, com minhas sacolas ecológicas feitas de material reciclado e perguntei pelo desconto.

-- Que desconto?, devolveu o atendente.
-- Não vou usar suas sacolas plásticas, a lei manda que você me dê desconto.
-- Não temos isso não.
-- Ué, mas vocês vão ser multados, estão fiscalizando.
-- Então, metade do Brasil vai ser multada. Os clientes não querem saber disso não.

Eu estava lá com minhas sacolas, não sou cliente? Fiquei chateada. O Oliveirão (nome ridículo pro tamanho do mercado) tem o melhor pão da cidade -- dos que experimentei até agora, claro --, mas me deu vontade de firmar posição e largar tudo ali. Refleti: refazer as compras em outro ia dar o maior trabalhão, ainda mais com essa dor nos calcanhares, um porre.

Sacanagem.

7 comentários:

Sérgio disse...

E provavelmente o outro também não ia dar desconto. Em geral, para que essas normas peguem, há duas maneiras: uma, a punição educativa - pode até, na primeira vez, ser só advertência, mas, a partir daí, multa mesmo; a segunda, uma grande, maciça campanha nos meios de comunicação para conquistar corações e mentes. Enquanto essas coisas não acontecerem (uma, outra ou as duas juntas), não sei se a lei pega. Lembra do cinto de segurança? No início, ninguém usava. Hoje, conheço muita gnete que acha um absurdo andar sem cinto de segurança (eu, inclusive). A transição de um momento a outro ocorreu quando a polícia começou a multar, primeiro nas estradas e depois nas cidades, quem andasse sem cinto. A partir de então, os pais, mesmo que não gostassem, eles próprios, de usar o cinto, passaram não só a fazê-lo mas também a dizer aos filhos que o fizessem. Essa geração que cresceu usando o cinto não só acha muito natural fazer isso como também se sente desconfortável se entrar num carro cujo cinto não possa ser usado. Outro exemplo: em Brasília, os motoristas passaram a parar na faixa de pedestres sem que haja qualquer sinal de trânsito que os obrigue - mas só depois que encheram as ruas de policiais, primeiro para advertir e depois para multar quem não parasse. Hoje, os policiais nem estão mais fiscalizando isso, mas todo mundo já se acostumou e acha muito natural parar na faixa.

mari disse...

Tem toda razão, me precipitei: vou continuar levando minhas lindas sacolitas e fazendo pressão. A Operação Lei Seca não foi a mesma coisa? Pode haver avisos no twitter sobre as blitzes, mas o que importa é que o povo já toma algum cuidado, apesar das exceções, sempre horríveis.

O Regina, lá na Várzea, já deve ter alguma iniciativa (espero), porque vende sacolas ecológicas no caixa (a verde da foto comprei lá). Esse hábito de Brasília é espetacular, bem europeu, e qual não foi minha surpresa encontrar a mesma coisa aqui em Terê! Ainda vou descobrir como surgiu, se houve campanha maciça e multa. O pedestre chega a ser abusado, se joga mesmo na rua, e se o motorista freia em cima, assustado, leva bronca irada! Noutro dia um taxista não conseguiu frear e matou uma senhora, e dizem que ele chorava desesperado...

Vou postar seu comentário, tá?

sunny disse...

Tem q educar é o freguês, que aproveita as sacolinhas pra forrar lata de lixo. Outro dia comprei sacos plásticos de rolo e notei a propaganda: "o único biodegradável". Será? Parece o mesmo de sempre.

Outra coisa: brasileiro tem mania de fazer compra por mês, e, claro, não dá para carregar tudo nas tais sacolas ecológicas. Até tentei, mas desisti e voltei pras sacolinhas. Remédio e cigarro, ponho dentro da bolsa e revista carrego na mão. Insistem em pôr nas sacolinhas; é preciso dizer que não quero, e ser + rápida que o embalador.

mari disse...

Isso mesmo, a gente tem que ser rápida, eles adoram dar sacos! Coisa pequena tb enfio na bolsa, mas sp levo uma sacola de pano impermeabilizada da Casa&Video, que custou 1 realzinho, pra coisas maiores.

Qt a saco plástico biodegradável, vi noutro dia na tv uma pesquisadora dizendo que isso não existe. Segundo ela, os biodegradáveis se degradam em 200 anos, em vez de 500 (ou algo assim), e são piores pq as pessoas pensam que sao ecologicos e usam mais.

Pra lixo orgânico não há solução, a não ser compostagem no quintal, mas e quem mora em apartamento?

Eu, que fumo demais, pelo menos reúno as pontas em sacos separados, não misturo com outras coisas. Pelo menos essa desgraceira de filtros e sacos ficam juntas.

Mas é mesmo um problemão essa questão do lixo. Já estou até paranoica.

sunny disse...

Aqui no prédio aconselha-se a separar o lixo reciclável do orgânico, mas o que + se vê no quartinho da lixeira são as tais sacolinhas de supermercado. Nem as garrafas pet nem os jornais são jogados fora separados. E aqui na Barra tem coleta de recicláveis todo dia.
Tem q educar o freguês.

mari disse...

É problema sério mesmo. Minha cunhada Rosa era síndica da vila dela e teve que lutar muito pra mudar esse hábito. A sacola de mercado é fragil, arrebenta à toa e imunda tudo. Aqui em Terê, felizmente, é tudo organizado: há 4 latões diferentes para os diversos materiais; podemos deixar o lixo seco na porta à noite, que o zelador recolhe cedinho; temos que lavar tudo, latas, caixa de suco, de leite, o que for antes de jogar nos latões, que são limpíssimos; a lixeira é a mais limpa qaue já vi, e olhe que moro no térreo: nunca senti mau cheiro.

Sempre usei saco de rolo e aqui descobri uns maravilhosos na Casa&Video: custam 9 reais, mas são divinos, fortes, com alça embutida e cheirinho de laranja, lavanda ou uma outra essência que esqueci. Já estoquei 5 rolos. Minha lixeira fica um luxo, vou até pintá-la e cobrir de tecido pra dar uma guaribada nela, coitada, que é excelente mas já tem 15 anos!

sunny disse...

Vc hoje ia se orgulhar do que fiz: fui ao Wallmart aqui da Barra e pedi caixas para embalar a ração e os pacotes de areia dos gatos.

No início, a caixa falou que não tinha, mas retruquei que, se um cartaz na entrada aconselhava a utilização de caixas, e não das sacolas plásticas, devia ter.

Relutante, ela pediu a embaladora para buscar. E ainda foi obrigada a me dar R$ 0,03 de desconto, pq pedi. Esse pessoal tá jogando contra, pode?